Nem sempre o conhecimento adquirido na universidade chega a transformar setores — e essa é uma das maiores críticas do mercado em relação à academia. Na Juristec+, três cientistas da computação com interesse no mundo jurídico fizeram a exceção. Dois doutores da área se reuniram ao advogado e mestre em sistemas da informação Rui Caminha Barbosa para levar tecnologia e aplicar estatística em uma plataforma que facilitasse a vida dos mais de 1,3 milhão de advogados em atividade no país.
Como legaltech, a startup já oferecia serviços para o acompanhamento de processos e jurimetria, mas um empurrão do STF acelerou a solução de inteligência artificial no negócio. Há algumas semanas, o ministro do STF Luís Roberto Barroso se reuniu com as principais big techs em operação — entre elas Microsoft, Amazon e Google — para encomendar ferramentas que incorporem a tecnologia do GPT3 (usada no ChatGPT) e similares ao sistema judiciário brasileiro.
De olho nisso, a Juristec+ decidiu adiantar o lançamento de uma solução que vinha sendo estudada. Com o trio à frente do negócio, a startup desenvolveu, ao longo de um mês, uma ferramenta que integra a tecnologia do ChatGPT, desenvolvida pela OpenIA, ao sistema jurídico nacional. A velocidade se explica pela experiência do trio no ramo: especializados no ambiente jurídico, eles pesquisam o campo há sete anos.
A ferramenta da empresa, batizada de Legal Metrics, usa o GPT4 (uma evolução do GPT3) para munir advogados e gestores de estatística e dados de forma prática e de fácil visualização. A empresa, nascida de um spin-off do escritório Caminha Barbosa & Siphone Advogados em 2017, já conseguiu reduzir processos de pesquisa e estatística que chegavam a levar semanas a poucos segundos.
Fonte: Valor | Pipeline