STATE Innovation Hub
A cidade de São Paulo se consolida como um berço de inovação e transformação digital devido a uma série de hubs que têm surgido nos últimos 5 anos. Os recursos financeiros da metrópole, bem como a presença de grandes corporações e universidades favorece esse movimento. Nesse sentido um novo espaço vem ganhando destaque, tanto por suas características diferenciadas quanto por sua proposta ousada: ser o maior centro de economia criativa, inovação, científico e tecnológico do país.
O STATE, inaugurado em novembro de 2019, se apresenta como um fomentador das pesquisas acadêmicas e científicas em consonância com as demandas do mercado, criando assim um ecossistema de transformação sob diversos aspectos. Mais do que isso, também se posiciona de forma independente, sem nenhum grande mantenedor por trás, como é o caso de alguns de seus pares.
O local escolhido foi o bairro Vila Leopoldina, um antigo distrito industrial. Como a região adquiriu um aspecto residencial nas duas últimas décadas, muitos galpões foram abandonados. Entre eles o prédio da Votorantim onde funcionou a Metalúrgica Atlas entre 1944 e 2014 produzindo fornos e equipamentos industriais para a siderurgia da época. Jorge Pacheco, idealizador do projeto, foi inspirado por outros centros de inovação similares, como o Station F, em Paris, o New Lab, em Nova York, o Factory, em Berlim, e o La Nave, em Madri.
Esse viés diferenciado já indica a vocação do STATE: ser mais do que um coworking ou uma aceleradora de fintechs. Dessa forma, a Indústria 4.0 é um dos principais focos do hub. Industry Internet of Things é o conceito que representa componentes acoplados aos processos industriais de modo a proporcionar melhor medição, controle e gestão. A robótica e a automação de processos industriais também se alinham a essa proposta.
Outro objetivo primordial é desenvolver um laboratório de biotecnologia com formato pioneiro no mundo. Sob os conceitos de Hard Science e Deep Tech Lab a ideia é prover tecnologias disruptivas com forte embasamento científico. Estas disciplinas serão atendidas com a inauguração da chamada Fase II do projeto, prevista para meados de 2020, quando o STATE terá sua capacidade total de ocupação, ou seja, 3.000 posições de trabalho em 20.000 m2.
Para atingir essa proposta diferenciada o hub estabeleceu um processo de curadoria com o intuito de fazer com que todas as empresas e startups do STATE tenham sentido dentro de um ecossistema de inovação. O primeiro grande projeto foi o LA FABRIQUE, formada por BNP Paribas, Carrefour, Edenred e Ingenico. Esta iniciativa liderada pelas francesas transforma o espaço em um centro de inovação com a missão de investir e acelerar empresas e startups, desenvolvendo projetos de tecnologia.
Além do LA FABRIQUE, algumas startups já estão abrigadas no espaço, como a Atech, empresa de gerenciamento de tráfego aéreo da Embraer; PicPay, fintech de pagamentos online; Piwi, plataforma para contratação de seguros; FLAG.CX, grupo de comunicação independente, e Pronto, plataforma para cotação de combustíveis. Cada uma dessas empresas possui seu próprio squad.
As soluções que o STATE oferece para seus habitantes vai desde os já citados squads, que podem ter espaços variados, passando por salas de reunião, labs, maker space, auditório para eventos, estúdio de fotografia, restaurante, café e exposições de arte. As parcerias com Sebrae, fundos de Venture Capital, empresas de tecnologia, universidades e veículos de imprensa proporciona um suporte adicional às startups. A economia criativa também está em foco, já que o bairro já abriga as produtoras O2, de Fernando Meirelles e Paranoid, de Heitor Dhalia; a Associação Cultural Videobrasil; o Teatro UMC, além da ARCA, espaço de eventos.
O entorno ainda é composto pelo Parque Villa-Lobos e a Universidade de São Paulo. Mas apesar dessa nobre vizinhança, uma parte da Vila Leopoldina se encontra bastante deteriorada, graças à presença do CEAGESP. O entreposto comercial que já não tem mais sentido em meio à verticalização maciça da região, faz parte do Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina (PIU), dentro do Plano Diretor da cidade de São Paulo.
O PIU prevê a reurbanização de uma área de 300 mil metros quadrados que impactaria 1.200 famílias de baixa renda, hoje espalhadas num conjunto residencial abandonado e nas ruas locais. Ainda faz parte desse projeto a construção de um polo tecnológico no terreno hoje ocupado pelo Ceagesp.
São desafios importantes para consolidar o bairro da Vila Leopoldina como o Silicon Valley paulistano. No entanto, esse desafio vem alinhado com a proposta do STATE de fomentar o conceito de smart cities, o que pode levar São Paulo ao pioneirismo em muitas soluções inovadoras.
STATE – Where New Happens
Av. Manuel Bandeira 360 – Vila Leopoldina – São Paulo, SP
www.state.is
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