É um fato comum que tribunais de diversas esferas solicitem alguma informação, intervenção e até exclusão das plataformas de redes digitais como Google, Facebook, Twitter e WhatsApp. Todas essas empresas possuem bases instaladas no Brasil, portanto seus departamentos jurídicos estão bem habituados a lidar com essas ocorrências. Nesse sentido o Telegram se configura uma exceção á regra, já que não possui escritório no país.
Com isso, as diversas tentativas de tribunais brasileiros em acionar a plataforma sobre em diferentes investigações têm sido totalmenet em vão. Há investigações abertas no Ministério Público Federal (MPF) sobre a atividade do aplicativo, há debates no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os riscos do Telegram para o processo eleitoral brasileiro e também dificuldades para apurações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a rede de fake news montada por grupos políticos.
A expectativa de que o congresso aprove alguma medida impedindo a operação de plataformas sem representação física no país está longe de ser uma realidade. O assunto referente às eleições se torna cada vez mais urgente. Na impossibilidade de firmar um termo de cooperação com as autoridades brasileiras, a possibilidaade de bloquear a plataforma vem se tornando real.
O Telegram foi fundado em 2013 pelo irmãos Nikolai e Pavel Durov, os fundadores do VK, a maior rede social da Rússia. A sede da empresa fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Mesmo sendo uma ferramenta de mensagens instantâneas como o WhatsApp, portanto um concorrente, o Telegram vem crescendo solidamente nos últimos anos.