Ubiquidade onipresença de dispositivos conectados à internet
Independente de ser religioso ou não, todos sabem que onipresença é a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. No entanto a Transformação Digital propiciou que esse atributo divino da Teologia se aplicasse aos dispositivos conectados à internet. Este é o conceito de ubiquidade, ou a terceira era da computação segundo cientista de informática Mark Weiser. O pesquisador norte americano se refere aos computadores, smartphones, smartwatches e diversos outros gadgets. A saber, as outras duas eras são a dos mainframes e a dos PCs (Personal Computer).
Uma afirmação interessante de Weiser é que “as tecnologias mais profundas são aquelas que desaparecem. Elas se entrelaçam com o cotidiano até que se tornem indistinguível dele”. O pesquisador e professor da ECA-ESP, Luli Radfahrer, reforçou isso em seu primeiro livro ao dizer que “o sonho de toda tecnologia é se tornar invisível”. Como podemos observar em nosso cotidiano, é justamente isso o que vem ocorrendo com a computação, ela se encontra tão arraigada em nossas atividades diárias que sequer a percebemos. Esse fenômeno se torna ainda mais sensível nos chamados nativos digitais.
A ubiquidade na computação possui três características essenciais: conectividade, diversidade e descentralização. A primeira delas se refere às conexões móveis e redes sem fio, que permite aos usuários se manterem conectados everytime & everywhere. A descentralização sugere que os dispositivos ubíquos cooperam entre si para realizar tarefas e funções e para prover inteligência nos ambientes. Por fim, a diversidade diz respeito à imensa variedade de dispositivos e suas funcionalidades, que vão desde os óbvios smartphones até as geladeiras conectadas e às casas inteligentes. Devido à esta última característica, a ubiquidade também recebe o nome de “Internet das Coisas”.
Aplicações da computação ubíqua
Como já foi dito, são inúmeros os dispositivos inteligentes conectados que utilizamos no dia a dia. Talvez você já tenha visto soluções futuristas como a geladeira que avisa quando estão faltando alimentos ou quando estes se encontram próximos do prazo de validade. Ou mesmo os sistemas de gerenciamento de casas, responsáveis pelo controle de tarefas como irrigação do jardim e acionamento de aparelhos eletrônicos. Embora pareçam saídos de filmes de ficção científica, já estão sendo comercializados. Já os veículos que utilizam dispositivos e plataformas de indicação de caminhos (como o Waze ou Google Maps) ou mesmo acusam e alertam sobre problemas mecânicos são exemplos que já utilizamos diariamente.
Alguns itens interessantes da Internet das Coisas se encontram nas chamadas tecnologias vestíveis, as quais podem interagir com o ser humano de maneira natural e independente de interfaces de acionamento. Tome como exemplo os modelos de tênis com sensores capazes de enviar informações e dados de utilização para outros sistemas. As aplicações são infinitas e sequer começaram a aparecer em escala comercial.
Desafios com Ubiquidade
Embora proporcione soluções e funcionalidades extremamente práticas aos indivíduos, a ubiquidade enfrenta alguns desafios nesse momento em que está sendo disseminada. Talvez a questão mais sensível seja a Privacidade e a Segurança da Informação, já que estes temas são pouco compreendidos de maneira geral.
Ao utilizar um aplicativo como o Waze, por exemplo, o usuário concorda em fornecer suas informações de deslocamento em tempo real. Essa é a premissa mais óbvia do App, já que sem esses dados o serviço não funcionaria. Por outro lado, a Google (detentora do sérvio) armazena todos esses dados dos usuários, sabendo exatamente como, quando e onde estiveram. O uso mal intencionado destes dados, ou mesmo o seu vazamento, pode levar consequências gravíssimas aos indivíduos.
Isso leva a outro ponto importante sobre a utilização da Internet das Coisas, que é a Educação das pessoas sobre a real amplitude do que fazem essas tecnologias. Os nativos digitais, por considerarem as tecnologias transformadoras tão naturais, não se preocupam com o que acontece por trás delas. Lembra-se da afirmação de Mark Weiser no início desse texto?
Já a maioria das pessoas mais velhas, para as quais a tecnologia é um intrincado quebra-cabeças, nem querem tentar entender o funcionamento delas. Com isso temos um contingente enorme de pessoas utilizando dispositivos sem saber dos perigos que a má utilização ou o descuido podem provocar para si mesmos.
Como tudo o que envolve a Transformação Digital, a ubiquidade é mais um processo que envolve soluções inovadores na mesma proporção que os desafios. Por isso é necessário se posicionar como protagonista desse movimento esclarecendo e informando sobre as tecnologias transformadoras.
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