Sem dúvidas, vivemos o ápice do acesso à informação. Estima-se que uma pessoa pode receber por volta de 100 bilhões de unidades de informação por dia.
Apesar disso, o âmbito jurídico parece não acompanhar o mesmo ritmo dessa era emergente, à medida em que, historicamente, criou-se o péssimo hábito de “complicar” a transmissão das informações jurídicas, seja por uma linguagem técnica extremamente complexa, baseada no “jurisdiquês”, ou pela imagem fechada e pesada que o profissional do direito carrega até hoje.
Esses paradigmas estão sendo quebrados de maneira gradativa, à medida em que o Legal Design tem sido introduzido de forma dinâmica e eficaz na rotina dos profissionais de direito. O conceito gira em torno da remodelagem de informações jurídicas complexas em abordagens visíveis e acessíveis a todo tipo de público. Trata-se, no entanto, de uma estratégia de otimização da comunicação em um ambiente jurídico.
Fundamentos do Legal Design
Ao longo de gerações, alguns aspectos principiológicos foram considerados para a idealização e criação do conceito representado pelo Legal Design, com a ideia clara de elevar a experiência das pessoas na esfera jurídica. Com isso, surge o elemento da transparência, cujo foco está em promover a clareza das informações ao público.
Além disso, a população mundial foi surpreendida por um fenômeno impressionante de domínio do elemento visual, pela quantidade significativa de recursos disponíveis e pela adaptação das pessoas à um estilo de vida regido pelas redes sociais. Ou seja, o ser humano está adaptado à uma rotina em que a visualização é crucial. Com isso, a exploração de recursos que permitam a fácil visualização e absorção dos conceitos jurídicos complexos é uma parte elementar na aplicação da Legal Design à vida das pessoas.
Tudo isso é conduzido pela empatia, de modo a detectar a real necessidade e a perspectiva do outro, para proporcionar acesso à informações capazes de sanar ou evitar problemas.
Diante desse cenário, a interação é possível. A ideia é eliminar a unilateralidade. Estar aberto para estabelecer uma comunicação frutífera, em que haja feedbacks em prol do aprimoramento dos trabalhos do advogado.
Essa interação, no entanto, não se restringe exclusivamente a relações entre advogados e clientes, mas envolve outros profissionais de outras áreas também, a fim de que agreguem para essa missão. Neste sentido, tem-se o conceito da colaboração como parte importante do fenômeno instaurado pelo Legal Design: vários profissionais de várias áreas atuando para a melhoria das conexões e vínculos com o contexto jurídico, sem burocracias.
É necessário estar aberto para maximizar os trabalhos e, por isso, a acessibilidade, de modo geral, é indispensável para garantir que as informações sejam disponíveis a qualquer pessoa, independente do seu grau de familiaridade com o sistema jurídico.
Legal Design + Design Thinking: Elevando a Experiência do Cliente
Existe a figura do Design Thinking está diretamente ligada ao Legal Design, e consiste em um método mais focado no ser humano para resolução de conflitos e inovação. O Design Thinking incorpora a criatividade e empatia. Analisa as questões e problemáticas do ponto de vista mais subjetivo e humano, garantindo uma visão mais holística e, consequentemente, opta por soluções mais alinhadas às reais necessidades das
Verifica-se, por exemplo, que os documentos jurídicos tradicionais muitas vezes são densos e de difícil compreensão. Os advogados podem incorporar o Legal Design para simplificar contratos, petições e outros documentos, utilizando gráficos, infográficos e uma linguagem mais acessível.
A experiência do cliente tornou-se um diferencial competitivo na advocacia contemporânea. Utilizar o Legal Design na comunicação com clientes pode fortalecer os laços e criar uma experiência mais positiva. A criação de resumos visuais de processos legais, por exemplo, pode oferecer aos clientes uma visão clara e rápida do status de seus casos.
Isso eleva a confiança do cliente sobre os serviços que estão sendo fornecidos pelo advogado e, consequentemente, o nível de qualidade do atendimento às demandas, graças a coexistência de ambos os conceitos.
Conclusão sobre Legal Design na Advocacia
A aplicação do Legal Design na advocacia torna-se essencial, uma vez que predomina o elemento visual na rotina das pessoas. Este artigo apresentou estratégias práticas para advogados incorporarem o Legal Design em sua prática diária, visando aprimorar a comunicação, simplificar documentos jurídicos e promover uma experiência mais positiva para os clientes.
Ao abraçar o Legal Design, os advogados não apenas atendem às demandas do mundo contemporâneo, mas também fortalecem sua posição como comunicadores eficazes e acessíveis no campo jurídico em constante evolução.
A experiência visual é predominante no mundo contemporâneo e o universo jurídico deve estar apto para responder a isso. Assim, novas necessidades surgem em prol da eficácia e celeridade do exercício da advocacia.
Em tempos de redefinição, é importante a incorporação dos métodos e princípios do Legal Desing para que se estabeleça uma interconexão entre advogados e clientes.